Desculpe, mas preciso ir

Deixe-me seguir sozinha por entre as estrelas e a escuridão que envolve a noite; pois só assim poderei caminhar com meus pés. E assim verás que já não tenho mais medo dos monstros que há lá fora e que estou pronta para viver. Mostre-me por onde seguir, mas não venhas comigo jamais. Deixe-me descobrir as possibilidades e aprender com os erros que cometerei, pois somente assim testarei meus limites e poderei ver até onde posso ir. Afinal o céu ainda é o meu limite.
E quando eu estiver cansada de caminhar, me deixe dormir entre as raízes das árvores e sentir o vento tocando meu rosto e as folhas caídas cobrirem meu corpo, pensamentos e lembranças, cegarem meus olhos.
Eu jamais estarei sozinha; mas preciso da solidão para aprender. Preciso ficar comigo mesma, ouvir minha respiração, sentir as batidas de meu coração.
Não irei longe, apenas tenho que ir. Andar com minhas próprias pernas. Talvez não seja fácil, talvez eu me machuque... Mas e quem disse que para vencer não é preciso sangrar e chorar certas vezes?
E quando chegar ao topo daquela montanha e vir a lua e as estrelas mais perto ainda, e a cidade pequena... Verei que os machucados não foram em vão e certamente lembrarei de vocês.
Mas por favor, apesar de tudo... Deixem-me ir.


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